terça-feira, outubro 18, 2005

Ferimentos (cicatrizes sem cura?)

continuação de um Introdução (errada)

Local: o único canto onde se pode se sentir seguro em meus dias, um lugar por onde resguardo o que ainda resta de mim, onde ponho meus medos expostos... meu quarto, meu único lar verdadeiro.

Tontura... É o primeiro sentimento vago que vem quando acordo nessas atordoadas noites de ilusão. Espio como uma criança por baixo dos lençóis, procuro algo que me diga que horas seriam. Meu celular... Me curvo na beira da cama a procura dele (tenho que limpar esse chão um dia ainda), não o encontro. Volto a me deitar coberto dos pés a cabeça, respiro fundo, me fecho os olhos e volto a sonâmbular. A que horas mesmo tenho que entregar o projeto? A que tempo mesmo terminei meu serviço na agência?

Após pouco refletir tenho o trabalho de me levantar. Ligar o som do quarto e caminhar cego pela luz das nove da manhã na cozinha. Nove? Se por algum limite de minha sorte não me detonarem hoje, juro que ponho minhas aulas no fogo... Alguma saudade disso?

Acordar, levantar, por meus passos infelizes em sintonia pra não cair, rezar-e-não-rir-de-si-mesmo. Mentir que a vida é linda e justa, molhar o rosto e procurar algo comestível. É tão bom escrever coisas vagas quando se estar assim... Desejando um fim pra tudo. Detesto as pessoas... Olho pela janela o suspiro quente da manha, ouço carros rasgando um asfalto maldito, alguém ainda geme de sono numa janela próxima do meu apartamento. Ainda bem que moro sozinho. Ink! (alguma piscadela acompanhada)Hum! O café! Tah quente (merda... queimei a língua... cadê a água?). É tão fácil escrever besteiras. Qual é a próxima?

Trimmmmmmmm! Trimmmmmmmmm! (O telefone! Cadê?)

Alô! (a pessoa teima em despachar alguém próximo: - Já pode ir! Vá!) Alô!? (finalmente sou atendido). Não. To bem, me dê trinta minutos. Sim. Não. Ainda tenho que por algumas coisas no case, tem as pastas... Ta bom Cecília... Até. (ela ainda pergunta se estou bem... desligo sem responder. Ela sabe da regras, mas teima em barrar ela).

Por que me lêem assim? Busquem por de trás do branco o significado das coisas, cada palavras apesar de vaga tem um sentido que só eu posso descrever. Além de esconder o branco, uma palavra encobre outra oculta, mais perigosa que tua alma. Eu amei ela... Quem?

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